sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Relato de experiência do trabalho de campo


Estamos acostumados a ver sempre o lado bom das coisas. Viver em São José dos Campos, uma cidade tecnologicamente estruturada, faz com que deixamos de perceber problemas sociais entre outras questões. A professora de Geografia Rosa propôs que fizéssemos um trabalho de percepção para observarmos mais um pouco da paisagem e do relevo ao nosso redor.

O nosso percurso foi um pouco extenso para que pudéssemos ver as inclinações e as condições que não estávamos habituados a observar. Iniciamos a proposta pela Rua Maria Francisca e continuamos pela Rua Vera Babo de Oliveira até a Rua Leonidia Dom Veneziane.  

Nesses percursos notamos muitos morros, em todos eles haviam famílias que enfrentam falta de mobilidade e construíram suas casas ali por falta de oportunidades. 

Com o auxílio do professor de matemática, Profº Antonio, medimos as inclinações e aí veio o questionamento: - Como uma senhora ou alguém que tenha algum comprometimento físico consegue se deslocar?  Observamos também vários trechos com calçadas estreitas e até mesmo trechos que sofrem a carência dela, colocando em risco a vida dos pedestres.

A infeliz realidade foi precisar descer correndo pela calçada para dividir o espaço com os carros que passam pela avenida. Onde está a infraestrutura da cidade que dizem ter uma tecnologia tão grande?  Será que temos que fingir que essa infraestrutura não atende a todos ?

No bairro Guimarães observamos um pouco mais a cidade. O bairro se formou na parte mais alta do entorno da escola. Ver que existe muitas casas e que a verticalização ainda não chegou no nosso bairro nos deu um grande alívio, porém, a cidade cresce rapidamente perdendo seus espaços verdes. Verificamos a carência de arborização em diversas ruas e caminhamos parte do percurso no sol.

A quantidade de animais pelas ruas, passando fome e sujeitos a pegar doenças cortou nosso coração. Para muitas pessoas é uma condição normal, mas o perigo está na transmissão de doenças, já que esses animais não são vacinados. O lixo também é outro problema. Água parada e encontramos até uma rato morto próximo a calçada.

O mais surpreendente do percurso foi ver uma casa que estava ao ponto de desabar. Essa situação é realidade para muitas pessoas que constroem suas casas em área de risco, justamente pela oportunidade de comprar um terreno barato. É estranho conviver com essa realidade e  não perceber que o problema é mais grave do que imaginamos já que no período das chuvas essa situação se agrava. Presenciamos também intensa degradação do solo e irregularidades na retirada da vegetação natural.

Como é possível pensar em algo positivo nesse cenário de degradação, exclusão e abandono? Quando olhamos o banhado e o verde que ainda existe na nossa região algo  parece nos motivar em busca de um futuro diferente. Mas é preciso conhecer o lugar onde vivemos para buscar soluções e não se acostumar com os problemas que estamos inseridos.

 Stephanie Santos 1C